quinta-feira, 4 de junho de 2020

O Mestre “Ligeiro” e as pichações em Santarém 1930


Há dias trabalha o pobre do Ligeiro a ver se consegue pintar os seus reclamos nos bancos da Praça da Matriz.
A garotagem malandra, entretanto, não lhe permite fazer cousa que preste, e, a canivete, a lápis, a giz, a carvão, borra-lhe as pinturas, escrevendo e desenhando imoralidades de todos os tamanhos.
Esse servicinho, dizem, porém, não ser feitos pelos garotos de “pés-rapados”.

São seus autores os meninos-moleques, alunos das escolas e do grupo, que sempre munidos de lápis e de giz, (... mostram?) seus méritos de desenhistas, em todas as paredes novas ou pintadas de novo, escrevendo e gravando palavrões, e porcarias que envergonham até as pedras das ruas, demonstrando assim os mais torpes instintos, aprimorados para pior pela educação que os pais não lhes sabem dar.
À polícia cumpre descobrir os autores das patifarias que estragam o serviço do Ligeiro.

NOTA: Texto extraído do jornal A Cidade, de 11 de outubro de 1930.

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