Somente agora,
decorrida a quadra joanina, venho dar trela aos dirigentes e bajuladores do tal
grupo do “PAVÃO PERU”, para refutar-lhes as infâmias e indiretas covardes,
assacadas contra mim e as indefesas meninas que compõe o grupo do “GAVIÃO”, da
minha modesta direção.
Todo mundo sabe,
mormente os habitantes do bairro da Prainha, onde moro a um ano e tanto, que
foi eu quem primeiramente organizou e exibiu naquele bairro um grupo joanino
denominado “COROCA”, o qual casou inveja aos que hoje dizem de mim cobras e lagartos,
tanto assim que em julho do ano passado, já depois da quadra das fogueiras,
puseram na rua um desengonçado grupinho, sem música, que mais desagradava do
que mesmo agradava. Este ano, como resolvesse exibir outro grupo que denominei “GAVIÃO”,
eis que surge o “PAVÃO” para rivalizar com o meu grupo, mostrando assim a perversidade
de quem só vive de maldade e intrigas baixas, próprias dos ignorantes.
Sei de fonte
limpa que os MARCOS e os MARANHÕES onde quer que se achem, dizem de mim aquilo
que eu não mereço, mas, felizmente pelas costas, porque do contrário seriam
repelidos como deviam, apesar de que eu não me apercebo de semelhantes
criaturas. Que continuem a uivar no deserto.
Graças a Deus
tenho educação e não discuto nas tabernas como é costume dos meus gratuitos
inimigos. Não sou intelectual, nem manejo a lira plangente dos poetas, mas
aquilo que rascunho é direito e na letra e na letra modesta que compôs para o
meu grupo, ninguém encontrará asneiras como “alevante”, “arretira”, e outras
besteiras que vês.
Eu não tenho
culpa do seu brinquedo ser mal organizado. Quem não pode não se mete em sapato
de defunto.
Desejam “enrolar”
o “GAVIÃO”, metendo-o na roda, mas o feitiço virou contra o feiticeiro: foram
para a roda, nada reclamaram, porque não teriam razão para tal, pois que as
componentes do meu grupo são meninas e não taludas. Se o “PAVÃO” enrolasse o
seu rival, não era de admirar, mas se o contrário se desse, seria uma vergonha
como o foi. Fizeram os seus “angus” e ainda por cima foram se queixar ao sr.
coronel prefeito que felizmente é um cavalheiro distinto e sabe fazer justiça a
quem merece.
Bem, para
terminar, ofereço aqui um “chasinho” aos diretores e chaleiras do grupo do “PAVÃO”.
Entra, entra na
roda
Chorão
Morreste nas
unhas
Do “GAVIÃO”.
Dico Sussuarana.
NOTA: Texto
extraído do jornal A Cidade, de 13 de julho de 1930.
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