segunda-feira, 4 de abril de 2016

Um filme no Cine Teatro Vitória – 1928

Ladrões de Casaca
Por estes dias no Victória.
Esse engraçado e luxuoso filme do “Programma Urania”, que será exibido ao público por estes dias, no Cinema Victória, possui todos os predicados para agradar, isto é, contém o que os americanos chamam “hokum” em alta dose. “Hokum” é uma palavra que significa matéria para agradar sequencias confeccionadas com o fito quase exclusivo de divertir o público.

“Ladrões de Casaca” é a história de um gatuno elegante...
Solto da prisão em que estivera até aquele dia... e agora sem vintém, nem mais recursos que a sua aprumada casaca e a sua imponente cartola cilíndrica, o jovem gatuno Valescu procurava um lugar apropriado para agir... caminhava a esmo... qualquer lugar lhe servia, desde que conseguisse o que desejava...
Uma vila suntuosa em meio a um jardim, cuidadosamente repartido, chamou-lhe logo a atenção. Entrou. E naquela vila luxuosa, naquele ambiente onde os tapetes caros e veludosos abafavam-lhe os passos numa convivência comprometedora, foi encontrar a linda Condessa André de Valmout, a quem acaba roubando... o coração.
“Ladrões de Casaca” é um filme moderníssimo passado no Rio a pouco tempo e confeccionado na Alemanha, já neste ano de 1928, sendo os seus interpretes a linda Suzi Vernou, que o público de Santarém já viu em “A Última Valsa” e o simpático galã Nils Ather, que também já apareceu em “A Adorável Pequena”.
Para maior êxito da “soirée” no Victória, abrirá o programa o “Último Jornal nº 8”. Entre outros notáveis acontecimentos internacionais, destacam-se os seguintes: bailados clássicos num teatro de Berlim; formidáveis apanhados dos saltos na neve, praticados por “sportmen” franceses; a importância da escola dos cegos de Berlim, mostrando como ali os cegos estudam; um número sensacional de acobracia feito por liliputianos, isto é, pelos anões; um número de patinações no gelo com acrobacias dificílimas e por fim os últimos modelos de toilettes femininas parisienses.
Como os leitores veem o programa do Victória é estupendo”.

NOTA: Publicado no jornal A Cidade de 22 de setembro de 1928.


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