Paulo
Rodrigues dos Santos
Ó! Porque não fui eu simples bloco de mármore,
Que talhado a cinzel ingressasse na História,
E na eterna nudez de veneranda estátua,
Evocasse, silente, almo sonho de glória
De um artista
de fama!
Então, ao vendaval da transitória vida.
Passava indiferente e calmo a senda inglória,
Rumo
da Eternidade.
Não tendo a me queimar a pálpebra marmórea
A
lágrima dorida,
Nem tendo a cruciar-me o seio esta Saudade,
Nem
a Dor que devora
A
triste Humanidade
Feita
de luz e lama:
Porque a pedra não vive e não pensa e não chora,
Porque a pedra não sonha e não sofre e não ama!
NOTA: Escrita
em Santarém, em 1928.
ALMA DOENTE – canção – Wilson Fonseca – 1949 – Canto e Piano
ResponderExcluirLetra: Paulo Rodrigues dos Santos
A música foi executada no Concerto “Encontro com Maestro Isoca” (2002). Intérpretes: Olivar Barreto (canto), piano (Tynnôko Costa), Kzan Gama (baixo) e Orquestra de Cordas (diversos), com arranjo de Tynnôko Costa para Cordas.
Em 8 de janeiro de 2002, realizou-se o Encontro com Maestro Isoca, no Art Doce Hall, com a presença do compositor, idealizado pela Profª. Glória Caputo e organizado por Vicente Malheiros da Fonseca, filho do compositor, com a participação de diversos intérpretes nacionais e estrangeiros, inclusive seus familiares, como sua irmã Maria Annita Fonseca de Campos (90 anos), seus filhos, netos e as sobrinhas-netas Andréa Campos (violino) e Tânia Campos (viola), integrantes de orquestras em São Paulo. Foi o último concerto, exclusivamente em sua homenagem, realizado em Belém, com a presença do Maestro Isoca (Wilson Fonseca). O evento foi registrado num CD, sob o mesmo título.
Transcrevo o seguinte trecho do livro “A Vida e a Obra de Wilson Fonseca (Maestro Isoca)”, de Vicente José Malheiros da Fonseca – Gráfica do Banco do Brasil (Rio de Janeiro-RJ), 2012. ISBN: 978-85-918752-0-7:
Carta lida e entregue durante o “Encontro com Maestro Isoca”, em Belém (PA), 08.01.2002:
“Fui tomado de surpresa ao ser chamado para participar deste maravilhoso concerto em sua homenagem e mais surpreendido fiquei quando toquei a melodia de ‘Alma Doente’, que de doente ela não tem nada. E então foi que vi a riqueza melódica desta peça, tão escondida de todos nós, talvez com o intuito de se preservar esta noite memorável. Fiquei tão maravilhado com esta melodia que resolvi pedir ao Dr. Vicente que me autorizasse a escrever um arranjo especial para ela, pois, na verdade, eu gostaria de participar desta composição, de alguma forma, pois não me bastava apenas executá-la, mas também contribuir na confecção de sua roupa. E assim o fiz. E espero que esteja do seu agrado. Como já disse anteriormente ao Dr. Vicente: isto é um presente que posso lhe dar, apesar de saber que nós somos os maiores beneficiados e eternamente gratos por seu talento, por sua música. Com a nossa eterna admiração e respeito, Tynnôko Costa”.
Ouça outra gravação da música, tendo por intérpretes: Olivar Barreto (canto) e Tynnôko Costa (piano):
https://soundcloud.com/vicente-malheiros-da-fonseca/alma-doente-wilson-fonseca-e
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Abraços,
Vicente Malheiros da Fonseca.