domingo, 20 de março de 2016

Momento Poético: Nossa Senhora das Dores

Pe. Manoel Rebouças Albuquerque

É vasto o céu; o mar – largo e profundo;
É ardente o deserto; a noite – escura
É cruciante a Ingratidão do mundo,
É a perfídia do amigo... Que amargura!...

O martírio da infâmia é sem segundo;
A velhice é sofrer que não tem cura;
O campo da calúnia é o mais fecundo,
E o seu espinho a alma nos perfura...


Entretanto, mais vastos e mais largos,
Mais profundos, mais negros, mais amargos
São os Mundos de Dor da Mãe de Deus!...

E essas Dores são línguas maternais,
Pedindo a Deus – a Mãe ao Pai dos Pais!
Misericórdia para os filhos seus!...


NOTA: Poesia publicada no O Mariano de 11 de abril de 1954.

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