“No dia 25 do mês de fevereiro, faleceu nesta
cidade, em casa de residência do seu pai, o jovem José Maria Sussuarana,
estimado filho do poeta Felisbelo Sussuarana, nosso distinto colaborador.
A maneira alegre com que tratava e a nobreza dos
seus sentimentos, motivaram a simpatia que sempre gozou e a consideração que
sempre mereceu da mocidade de Santarém.
Mariano fervoroso, os momentos que lhe sobravam,
dedicava-os o jovem extinto, ao serviço da Igreja e da Congregação Mariana, a
que tantos anos pertenceu.
Assim que a notícia do falecimento do inditoso
moço percorreu a cidade, grande número de seus colegas ocorreu à casa
mortuária. Quando lá chegamos, notamos moços e senhoritas da nossa melhor
sociedade, com as faces transtornadas e os olhos rasos de lágrimas, desolados
pelo infausto acontecimento.
Durante o dia, grande número de pessoas velou o
cadáver, o qual repousava em ataúde que avultava o centro da sala, transformada
em câmara ardente, enquanto círios, símbolos da morte, da tristeza e da dor,
iluminavam o corpo inânime e gélido do falecido.
Pelas cinco horas da tarde, foi o cadáver
transportado para o Cemitério de Nossa Senhora dos Mártires, tendo à frente o
digníssimo Frei Hugo Mense que, acolitado pelo neossacerdote, Pe. Manoel
Albuquerque, fez a encomendação do morto. Além de inúmeras pessoas gradas, em
duas alas bem dispostas, mais de cem marianos acompanharam o préstito, todos
numa concentração religiosa e em acentuado murmúrio de reza piedosa, que
confundia-se com o soar plangente dos sinos, que dobravam à finados.
Ao nosso distinto amigo Felisbelo Sussuarana, pela
dor que o punge, o nosso efetivo abraço de condolências”.
NOTA:
Publicado no jornal O Mariano de 29 de março de 1936.
Nenhum comentário:
Postar um comentário