sexta-feira, 18 de março de 2016

O falecimento de José Maria Sussuarana – 1936


No dia 25 do mês de fevereiro, faleceu nesta cidade, em casa de residência do seu pai, o jovem José Maria Sussuarana, estimado filho do poeta Felisbelo Sussuarana, nosso distinto colaborador.
A maneira alegre com que tratava e a nobreza dos seus sentimentos, motivaram a simpatia que sempre gozou e a consideração que sempre mereceu da mocidade de Santarém.

Mariano fervoroso, os momentos que lhe sobravam, dedicava-os o jovem extinto, ao serviço da Igreja e da Congregação Mariana, a que tantos anos pertenceu.
Assim que a notícia do falecimento do inditoso moço percorreu a cidade, grande número de seus colegas ocorreu à casa mortuária. Quando lá chegamos, notamos moços e senhoritas da nossa melhor sociedade, com as faces transtornadas e os olhos rasos de lágrimas, desolados pelo infausto acontecimento.
Durante o dia, grande número de pessoas velou o cadáver, o qual repousava em ataúde que avultava o centro da sala, transformada em câmara ardente, enquanto círios, símbolos da morte, da tristeza e da dor, iluminavam o corpo inânime e gélido do falecido.
Pelas cinco horas da tarde, foi o cadáver transportado para o Cemitério de Nossa Senhora dos Mártires, tendo à frente o digníssimo Frei Hugo Mense que, acolitado pelo neossacerdote, Pe. Manoel Albuquerque, fez a encomendação do morto. Além de inúmeras pessoas gradas, em duas alas bem dispostas, mais de cem marianos acompanharam o préstito, todos numa concentração religiosa e em acentuado murmúrio de reza piedosa, que confundia-se com o soar plangente dos sinos, que dobravam à finados.
Ao nosso distinto amigo Felisbelo Sussuarana, pela dor que o punge, o nosso efetivo abraço de condolências”.


NOTA: Publicado no jornal O Mariano de 29 de março de 1936.

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