“No dia 26 de dezembro findo, às duas horas
da tarde, três praças da guarda local desta cidade: Zeferino, Manoel do Carmo
Ferreira e outro, cujo nome ignoramos, provocando desordens na praia que fica
em frente à Igreja Matriz desta cidade, feriram os índios Manoel Pedro,
agregado de Bernardo José dos Santos Braga; Hygino, agregado de D. Dionizia
Maria da Silva Pinto; e o mulato Florêncio, escravo do major Maurício José
Pereira Macambira.
Aos gritos de socorro
acudiu o cidadão José Joaquim da Silva, nosso amigo, que os prendeu em
flagrante delito, à ordem do Ilmo. Sr. Subdelegado de Polícia do Distrito.
Os desordeiros desobedeceram e resistiram à
intimação.
Zeferino, proferindo as palavras: “eu te ensino”
correu à uma canoa, onde já tinha de antemão uma grande faca americana, e
lançando-se sobre o nosso amigo Silva para assassiná-lo, desviando-se este,
achava-se em frente do mulato Florêncio que lhe diz: “O que vai fazer?
Acomode-se”. Zeferino, ainda mais furioso lança-se sobre o mulato, que não
podendo resistir-lhe, foge para a água, lançando-se ao rio. Zeferino o persegue
dentro da água, fazendo-lhe três ferimentos.
Se o mulato não encontrasse com a mão a faca do
sicário, teria sido assassinado, pois este era o intento.
Apareceram então o Subdelegado, o sargento da
polícia, um guarda local e o nosso digno Vigário, acudindo então muito povo.
Ainda assim Zeferino procurou resistir e fugir. Felizmente acham-se recolhidos à
cadeia desta cidade os três guardas de polícia local, sendo Zeferino o mais
criminoso.
Conta o carcereiro da cadeia que chegando à
prisão, em sinal de regozijo, ou por distração, puseram-se a tocar e cantar.
Aguardamos o resultado das indagações. O
subdelegado procedeu a corpo de delito nos feridos tendo já sido inqueridas as
testemunhas”.
NOTA:
Publicado no jornal A Constituição, Nº 07, de 1876.
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