“Os jornais do Pará, que ontem recebemos pelo
“Bahia”, trouxeram-nos a dolorosa notícia do passamento do ilustre cidadão, o
Exmo. Sr. Barão de Santarém, prestimoso chefe do partido conservador no Baixo
Amazonas.
De um caráter vasado no molde o mais puro, e de
virtudes cívicas, as mais preciosas, o Sr. Barão de Santarém era cercado da
maior consideração, e dispunha da imensa estima de seus concidadãos.
Como político, foi o Barão de Santarém um exemplo
da máxima dedicação e abnegação. Ainda está na memória de todos o seu ato
louvável de desinteresse, fazendo convergir todas as forças do partido
conservador para a vitória do competidor de seu digno genro, o Sr. Dr. Gomes do
Amaral, depois de prejudicado, em 1º escrutínio; e isto quando aqui, e em
outros pontos do império a ambição sôfrega, a deslealdade e o despeito pessoal
faziam enfraquecer as fileiras conservadoras, e davam o triunfo ao adversário
poderoso!
O Barão de Santarém ocupou diversos cargos
públicos e de eleição popular. Foi muitas vezes vice-presidente de sua
província, e comandante superior da guarda nacional em Santarém.
Profundamente lamentamos o rude golpe, que acaba
de ferir a pátria, roubando um dos seus mais leais servidores.
Associando-nos de coração à dor, que neste momento
amargura a todo o partido conservador do Pará, e a mágoa intensa dos nossos
ilustres amigos, Drs. Antônio Joaquim Gomes do Amaral e Affonso Octaviano Pinto
Guimarães, genro e filho do ilustre finado, aqui deixamos bem expresso o nosso
voto de fundo pesar por tão infausto acontecimento.
Repouse a alma do benemérito cidadão na mansão dos
justos!”
NOTA:
Publicado no jornal A Constituição, Nº 723 de 1882.
Nenhum comentário:
Postar um comentário