“Paulo Rodrigues dos Santos, nosso querido companheiro de redação, cujo
coração ainda sangra por motivo do subitâneo desaparecimento de sua extremosa genitora,
acaba de ser bruscamente ferido com o perecimento de sua dileta esposa, sra. d.
Alice Mattos Rodrigues dos Santos.
Bastante
relacionada em nosso meio, onde gozava geral estima pelas suas peregrinas
virtudes, d. Alice, ao baixar à campa fria, deixa consternados muitos corações amigos,
que lamentam tristosos tão prematura perda.
A
pranteada extinta, enfermara há uns quinze dias, vindo a agravar-se o seu
estado no princípio desta semana, não obstante os cuidados de que fora cercada,
não só pela ciência médica, mas também pelo carinhoso esposo e família, que
hoje, inconsoláveis, planteiam o dolorido transe.
Nascida
na capital do Estado em abril de 1895, dona Alice Mattos Rodrigues dos Santos
era filha do sr. José Manoel de Mattos e exma. esposa, d. Antônia Pereira Pinto
Matos, já falecida.
À
29 de janeiro de 1916, consorciou-se com o sr. Paulo Rodrigues dos Santos,
chefe da fiscalização municipal e talentoso redator-gerente de “A Cidade”. Não
deixa prole.
O
seu passamento verificou-se às 21,30 horas do dia 21, em sua residência, à Rua
Floriano Peixoto, Nº 11.
Não
só durante a enfermidade, mas após o falecimento da chorada senhora, grande foi
o computo de pessoas amigas que cercaram o nosso prezado colega de redação,
levando-lhe o conforto de suas palavras amigas.
Inúmeros
tem sido os cumprimentos de pesar que há recebido Paulo Rodrigues pelo triste
evento, o que prova a estima em que era tida sua lembrada esposa e ele próprio,
que é um cavalheiro digno da admiração de quantos se lhe aproximam.
Receba
o nosso bondoso Paulo os mais sinceros abraços de pesar de todos os que
trabalham nesta casa, onde, por suas apreciáveis qualidades de caráter e inteligência,
tem um lugar de destaque.
O
saimento fúnebre realizou-se às 16 horas do dia 22, do prédio Nº 11 da Rua
Floriano Peixoto, que se achava transformado em câmara ardente, tendo incomputável
acompanhamento.
O
cadáver da extinta foi sepultado em o cemitério de Nossa Senhora dos Mártires,
fazendo a encomendação e reverendíssimo frei Plácido.
Com
muito custo conseguimos apanhar, dentre as numerosas pessoas que acompanharam o
féretro, os nomes dos seguintes:
Srs.
Coronel Joaquim Braga e família, dr. Olympio Dantas, dr. Alarico Barata e
senhora, dr. Borges Leal e senhora, dr. Audemaro Guimarães e irmã, dr. Caribé
da Rocha, capitão Alfredo Câmara, Aureliano Imbiriba, deputado Moraes Sarmento
e filhos, Antônio Bessa Lopes, João de Mattos, Manoel Figueira, dr. Osvaldo
Caeté e senhora, João Nogueira, Franchagas Araújo, José Tavares Rodrigues, João
Hage, Berlino Teixeira, Heriberto Guimarães e senhora, Brígido Corrêa e filhas,
dr. Anísio Chaves, Gito Branco e senhora, Albino e Alberico Nóvoa, Pedro
Galvão, Pedro Nogueira, Gregoriano Queirós, por si e pelo Santa Cruz Sport
Club, Júlio Castro, Antônio Corrêa, Francisco Campos, Isaac Serruya, Ângelo
Rodrigues, Raimundo Maciel, Pedro Maciel e filhas, José Agostinho e filha, João
Moraes, Manoel Borges e senhora, Ovídio Câmara e senhora, coronel Cavalcanti,
Alcides Pampolha e senhora, Apolônio Fona, Francisco Frazão e família, professoras
Joaquina Caldeira, Olímpia Nunes, Maria Couto e Antonieta Teixeira, pelo Grupo
Escolar, Manoel Loureiro, família Rocha e Sousa, Machado Freire, Desidério
Bastos, Cesário Seabra, Justo Mota, Antônio Amaro, Manoel Bezerra, Joaquim
Duarte, Pedro Maia, Antônio J. Sousa, Gustavo Sirotheau, Manuel Corrêa, Arbelo
Guimarães, Oscar Coelho, Milton Wallace e irmã, Valeriano Colares, Astésio
Macambira, José Braga, Antero Guimarães e irmã, Felisbelo Sussuarana, por si e
pela redação de “A Cidade”, Manoel Oliveira Campos e filhas, Raimundo Frazão,
Raimundo Castro, Trajano Mota e família, senhora Valnetim Novaes, professora
Hilda Mota, Antônio Nunes, João Paulo Lopes e Manoel Ellers, pelo posto “Gaspar
Vianna”, Antônio Reça, mme. Manoel Reça, Raimundo Figueira, etc..
Fizeram-se
representar as Irmãs Clarissas, acompanhadas de uma turma de alunas, o
apostolado do Coração de Jesus, com o respectivo estandarte, e a Pia União de
Santo Antônio.
Entre
diversas coroas que pendiam da urna funerária, destacavam-se duas, com as
seguintes inscrições: Saudade de Dalila
e Ailza e Último beijo da amiguinha
Lili”.
NOTA: Publicado no jornal A
Cidade de 23 de abril de 1927.
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