“É triste e desolador o abandono do bairro da
Aldeia pela administração municipal. Foi ali onde nasceu a célebre Liga
Feminina Rodrigues dos Santos, de saudosa memória e que teve a sua pá de terra
lançada pelo proposital desprezo a que foi condenada pelo patrono.
O bairro da
Aldeia há muito que não tem iluminação e isto acontece porque o intendente, com
a mania usuária de juntar dinheiro para exibir pomposamente saldos no fim do
ano, não fez, e declara que não pretende fazer nenhum melhoramento na Aldeia,
exceção do excelente melhoramento
feito no Curro, anunciado no número engalanado d’”A Cidade” quando noticiou o
aniversário do sr. R. Santos.
O único
melhoramento que o Curro recebeu foi a substituição da cobertura, que era de
telhas, e que agora é de palhas.
O Intendente não
pode dizer que não ilumina a Aldeia por falta de dinheiro porque mandou
declarar pelo seu jornal que o saldo em Dezembro era superior a vinte contos de
réis. Se não é por falta de dinheiro certamente é pela nenhuma importância que
liga aos moradores dali.
Uma pessoa de sua
intimidade nos assegurou que o intendente dissera que a Aldeia não merecia
iluminação. Entretanto foi dali que nasceu a infeliz ideia de elege-lo para o
cargo que ocupa e no qual infelicita esta terra”.
NOTA: Texto original publicado
no jornal Tapajós de 18 de fevereiro de 1920, que fazia oposição ao intendente
da época, dr. Manoel Waldomiro Rodrigues dos Santos. Acervo do ICBS.
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