Felisberto Sussuarana
Infinito me escuto. A tarde
lenta,
Se evade para o espaço. A treva
desce,
Desce enxotando a tarde
sonolenta –
Desnuda flor do tempo que
fenece.
Infinito me vejo. A treva aumenta
E me traz o perfume de tua
prece –
Canto pungente de esperança
lenta
De alguém que bebe noite e que
padece.
Infinito me sinto. Os rios
crepitam
E esperam que sua água se
concentre
Num leito, unicamente, e o mar
a aguarde...
Frenéticos, meus músculos se
agitam,
Para fazer-me viva estátua,
entre
A nascente da noite e a foz da
tarde.
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