“Desde muito tempo Santarém se faz sentir da
falta de meios de transporte para locomoção rápida de seus habitantes, máxime daqueles
que, residindo nos bairros da Aldeia e Prainha, pontos extremos e longínquos do
centro urbano cerca de dois quilômetros, empregam suas atividades no comércio,
repartições públicas, etc., ou mesmo daqueles que, embora morando no perímetro
central de nossa URBS, tem premência de tempo para tratar de variados misteres
nos diversos pontos da cidade, falta essa que se acentua de dia para dia,
observada pelo crescente desenvolvimento de Santarém, no seu caminhar imperturbável
para o brilhante futuro que lhe reserva a sua privilegiada situação geográfica
no vale amazônico.
Agora, porém, vai
ter solução esse problema, graças à louvável iniciativa do capitalista Raimundo
de Andrade Figueira, tendo sido por todos recebida com satisfação a notícia de
que, dentro em breves dias, chegarão a Santarém dois ônibus, novos, para
exploração do serviço de transporte em nossa cidade, mandados vir de Belém por
aquele industrial santareno.
Podemos informar
aos nossos leitores a veracidade da notícia e até de já ter sido dada pela
Câmara Municipal a necessária autorização ao Chefe da Comuna, para dar em
concessão ao senhor Raimundo Figueira, o direito de exploração daquele
empreendimento, mediante a fixação de itinerário, preço de passagens, horário e
número de viaturas, estas de acordo com as necessidades da população e exigido
pelo Prefeito, na base da proposta feita pelo concessionário, ficando a
Municipalidade – é óbvio – de consertar as ruas pelas quais irão trafegar os ônibus
da nossa primeira viação.
Segundo nos foi
informado, será obrigatoriamente mantida uma linha circular, com dois ônibus correndo
em sentido contrário.
Inserindo a boa
nova em nossas colunas, parabenizamos o sr. Raimundo Figueira pela louvável iniciativa
e nos congratulamos com o povo santareno, pelo empreendimento”.
NOTA:
Publicado originalmente no jornal O Tapajônio de 17 de novembro de 1948. Acervo
ICBS.
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