terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Outra partida de futebol entre Óbidos e Santarém

Ontem publicamos a crônica da partida entre o Amazônia de Óbidos e o Mariano de Santarém, em 1937, quando da vinda do primeiro a Santarém. Dois anos mais tarde, em 1939, foi a vez do time santareno do “Mariano Sport Club” retribuir a visita ao “Amazônia Sport Club”. O jogo, realizado na cidade de Óbidos a convite do presidente do time obidense, o Tenente Mauro Gouvêa da Costa, que organizou a partida em confraria com o cônsul santareno residente em Óbidos, Sr. Samuel Figueira. Vejamos a crônica do evento:


Precisamente às 4h25 o Tenente Mauro Gouvêa, árbitro escolhido pela Delegação Mariana, trilou o apito chamando ao gramado os times contendores para dar início à partida esportiva. Debaixo de palmas entram ao gramado os rapazes do “Mariano” que saúdam o assistência do obidense e logo em seguida a turma disciplinada do “Amazônia” comandada pelo jovem Paulo Matos. 4h30 em ponto e o DD. Prefeito Euclides Dias, dá o pontapé inicial. Jogo equilibrado e aos 4 minutos de jogo, Tutú com um canhotaço abre a contagem para o seu quadro; a torcida obidense fica abafada para logo em seguida, com 4 minutos de diferença apenas, Cassiporé, perigoso meia direita amazônico empatar a partida; passou novamente a vibrar de entusiasmo a torcida obidense. Os marianos começam a estranhar o terreno e os amazônicos, senhores do gramado, desenvolvem um jogo belíssimo, porém os ataques são muitos e Caneco e Miró perdem ótimas oportunidades de marcar pontos. Bené, arqueiro mariano fez boas defesas, mas ao faltarem 2 minutos para terminar a primeira fase, Nandinho desempata a partida, terminando o primeiro tempo, com o Mariano no ataque e a contagem de 2X1 a favor dos obidenses.
Às 5h20 é reiniciada a peleja, já por baixo de um ligeiro chuvisco, que logo em seguida transformou-se em uma chuva torrencial fazendo a maior parte da assistência dar o fora do campo. Os Marianos passam então a desenvolver um jogo mais rápido e durante os 20 minutos de chuva dominam a partida, mas o arqueiro amazônico, Pedro, está vigilante, e quantas bolas atirem ao seu arco, são por ele defendidas com precisão. Balão e Edmir, começam a mostrar a sua técnica, Anunzinho, desdobra-se em atividades, Silvio, no arco Mariano, “não quer ser sopa”, a linha mariana que tem agora Cabarão e Pingo, trabalha incessantemente para empatar a partida, mas Pedro, como já dissemos, é um barranco forte. Felizmente passa a chuva, os preliantes e o árbitro permanecem completamente molhados nos seus lugares para não interromper a partida, pois a noite se aproxima. Os zagueiros Romam e Moreira cortam todo e qualquer ataque dos “meninos de ouro”, a linha amazônica faz sérias investidas contra o arco de Silvio e mais ou menos aos 30 minutos de jogo do segundo tempo, um chute de Nandinho vem ao arco do Mariano e Silvio esforça-se para alcançar a pelota que, muito molhada, escorrega de suas mãos e marca, assim, o 3º ponto obidense. Bola ao centro do campo, Balão passa para o centroavante, Piché desce para auxiliar Edmir, Tutú passa a half-direito e Pingo à extrema esquerda; com esta modificação a linha mariana virou “bicho”, pois se via na turma santarenense a vontade louca de empatar a partida; nove pelotaços seguidos são espetacularmente defendidos pelo arqueiro Pedro, que parecia um gato no seu arco, mas ao faltar 1,5 minuto para esgotar-se o tempo regulamentar, Tutú consegue burlar a vigilância de Pedro e marca o segundo “goal” mariano. A bola vai ao centro do campo e os marianos com toda a rapidez procuram conseguir um empate, mas é tarde demais e logo em seguida é terminado esse jogo, que com a graça de Deus decorreu muito bem e num ambiente de franca camaradagem esportiva, com a merecida vitória do “Amazônia”, pelo escore de 3X2”.


NOTA: Neste jogo, os times tinham a seguinte composição: “Amazônia” (de Óbidos): Pedro, Romam, Moreira, Belelão, Alexandre, França, Zozó, Cassiporé, Paulo, Nandinho e Oliveira. O “Mariano” (de Santarém) tinha a seguinte composição: Bené (depois Silvio), Edmir, Balão, Piché, Anunzinho, Tito, Waldomiro (depois Pingo), Caneco (depois Cabarão), Miró, Heitor e Tutú.

2 comentários:

  1. Caro Pe.Sidney, o apelido do atleta de Óbidos citado não é Bebelão e sim BELELÃO, muito amigo dos meus pais. Por outro lado, o zagueiro Roman era meu tio, casado com a irmã de meu pai (Tia Jandira) que conheci pessoalmente.

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