Ontem
publicamos a crônica da partida entre o Amazônia de Óbidos e o Mariano de
Santarém, em 1937, quando da vinda do primeiro a Santarém. Dois anos mais
tarde, em 1939, foi a vez do time santareno do “Mariano Sport Club” retribuir a
visita ao “Amazônia Sport Club”. O jogo, realizado na cidade de Óbidos a
convite do presidente do time obidense, o Tenente Mauro Gouvêa da Costa, que
organizou a partida em confraria com o cônsul santareno residente em Óbidos, Sr.
Samuel Figueira. Vejamos a crônica do evento:
“Precisamente às 4h25 o Tenente Mauro Gouvêa, árbitro escolhido pela
Delegação Mariana, trilou o apito chamando ao gramado os times contendores para
dar início à partida esportiva. Debaixo de palmas entram ao gramado os rapazes
do “Mariano” que saúdam o assistência do obidense e logo em seguida a turma
disciplinada do “Amazônia” comandada pelo jovem Paulo Matos. 4h30 em ponto e o
DD. Prefeito Euclides Dias, dá o pontapé inicial. Jogo equilibrado e aos 4
minutos de jogo, Tutú com um canhotaço abre a contagem para o seu quadro; a
torcida obidense fica abafada para logo em seguida, com 4 minutos de diferença
apenas, Cassiporé, perigoso meia direita amazônico empatar a partida; passou
novamente a vibrar de entusiasmo a torcida obidense. Os marianos começam a estranhar
o terreno e os amazônicos, senhores do gramado, desenvolvem um jogo belíssimo,
porém os ataques são muitos e Caneco e Miró perdem ótimas oportunidades de
marcar pontos. Bené, arqueiro mariano fez boas defesas, mas ao faltarem 2
minutos para terminar a primeira fase, Nandinho desempata a partida, terminando
o primeiro tempo, com o Mariano no ataque e a contagem de 2X1 a favor dos
obidenses.
Às
5h20 é reiniciada a peleja, já por baixo de um ligeiro chuvisco, que logo em
seguida transformou-se em uma chuva torrencial fazendo a maior parte da
assistência dar o fora do campo. Os Marianos passam então a desenvolver um jogo
mais rápido e durante os 20 minutos de chuva dominam a partida, mas o arqueiro
amazônico, Pedro, está vigilante, e quantas bolas atirem ao seu arco, são por
ele defendidas com precisão. Balão e Edmir, começam a mostrar a sua técnica,
Anunzinho, desdobra-se em atividades, Silvio, no arco Mariano, “não quer ser
sopa”, a linha mariana que tem agora Cabarão e Pingo, trabalha incessantemente
para empatar a partida, mas Pedro, como já dissemos, é um barranco forte.
Felizmente passa a chuva, os preliantes e o árbitro permanecem completamente
molhados nos seus lugares para não interromper a partida, pois a noite se
aproxima. Os zagueiros Romam e Moreira cortam todo e qualquer ataque dos
“meninos de ouro”, a linha amazônica faz sérias investidas contra o arco de
Silvio e mais ou menos aos 30 minutos de jogo do segundo tempo, um chute de
Nandinho vem ao arco do Mariano e Silvio esforça-se para alcançar a pelota que,
muito molhada, escorrega de suas mãos e marca, assim, o 3º ponto obidense. Bola
ao centro do campo, Balão passa para o centroavante, Piché desce para auxiliar
Edmir, Tutú passa a half-direito e Pingo à extrema esquerda; com esta
modificação a linha mariana virou “bicho”, pois se via na turma santarenense a
vontade louca de empatar a partida; nove pelotaços seguidos são
espetacularmente defendidos pelo arqueiro Pedro, que parecia um gato no seu
arco, mas ao faltar 1,5 minuto para esgotar-se o tempo regulamentar, Tutú
consegue burlar a vigilância de Pedro e marca o segundo “goal” mariano. A bola
vai ao centro do campo e os marianos com toda a rapidez procuram conseguir um
empate, mas é tarde demais e logo em seguida é terminado esse jogo, que com a
graça de Deus decorreu muito bem e num ambiente de franca camaradagem
esportiva, com a merecida vitória do “Amazônia”, pelo escore de 3X2”.
NOTA:
Neste jogo, os times tinham a seguinte composição: “Amazônia” (de Óbidos):
Pedro, Romam, Moreira, Belelão, Alexandre, França, Zozó, Cassiporé, Paulo,
Nandinho e Oliveira. O “Mariano” (de Santarém) tinha a seguinte composição:
Bené (depois Silvio), Edmir, Balão, Piché, Anunzinho, Tito, Waldomiro (depois
Pingo), Caneco (depois Cabarão), Miró, Heitor e Tutú.
Caro Pe.Sidney, o apelido do atleta de Óbidos citado não é Bebelão e sim BELELÃO, muito amigo dos meus pais. Por outro lado, o zagueiro Roman era meu tio, casado com a irmã de meu pai (Tia Jandira) que conheci pessoalmente.
ResponderExcluirCaro amigo Célio,
ExcluirGrato pela correção...