A história da Missão Religiosa
em Óbidos teve, como outras, os seus altos e baixos. A carta régia que
publicamos abaixo, sobre o provimento de Missionários Franciscanos na
Missão junto ao Forte Pauxis, nos mostra que houve períodos em que a existência
da Missão foi ameaçada por falta de missionários. Outro fato interessante: para
proteger os trabalhos junto aos indígenas, os missionários tinham a missão junto
da foz do rio Trombetas, e não junto ao forte militar, assim, evitava-se
maiores conflitos.
“Dom João por Graça de Deus Rei de Portugal e
Cª. Faço saber a vós Governador e Capitão General do Estado do Maranhão que
fazendo-se me presente a conta que me destes, que requerendo da Minha parte a
Fr. Manoel de Mora Comissário dos Religiosos de Nossa Senhora da Piedade
mandasse um Missionário para assistir na Aldeia que fica junto à Casa forte do
rio das Trombetas, o não fizera dizendo não tinha bastantes Missionários com
que pudesse prover esta Missão, e as mais que tocavam a Sua Província: Fui
servido mandar escrever ao Provincial destes Religiosos trate de mandar os que
forem necessários para acudir as Missões da sua repartição, e que não o fazendo
assim lhes mandarei tirar, e se entregaram a outros Religiosos que se empreguem
nesta cultura conforme convém ao serviço de Deus e Meu, tendo os operários
necessários para que se não experimente a falta que representais; de que vos
aviso para terdes notícia desta minha resolução, e no caso que os Padres da
Piedade sendo requeridos para enviarem alguns Missionários para os sítios, e
distritos que são da sua obrigação os não remeterem escusando-se com o pretexto
de lhe faltarem Religiosos para as ditas Missões; Me pareceu mandar-vos
encomendar por resolução de 22 de junho deste Ano em consulta do meu Conselho
Ultramarino, e escolhais de outras Religiões aqueles sujeitos que entenderdes
podem ser mais úteis para este ministério, para que se remedeie por este
caminho esta falta tão prejudicial.
El Rey Nosso Senhor o mandou por João Telles da
Silva, e Antonio Rodrigues da Costa, Conselheiros do seu Conselho Ultramarino,
e se passou por duas vias.
Manuel Gomes da Silva a fez em Lisboa a 5 de junho
de 1715 = E Cª”.
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