NA FOTO: Poço de perfuração de
petróleo em Alter do Chão, nas margens do rio Tapajós, na década de 1950.
Por Borba
Tourinho
“As primeiras sondagens na Amazônia tinham
por fim a descoberta de carvão de pedra, pois nenhum afloramento de petróleo
era conhecido naquela região para justificar as perfurações.
Já em 1878, Orville Derby, procurando
conhecer os produtos econômicos da bacia amazônica, indagava se o carvão de
pedra não era um deles. Muitos anos transcorreram nessa pesquisa infrutífera;
mas a ideia da existência de carvão de pedra perdurava.
Em 1901, Francisco de Paula Oliveira,
comissionado pelo Governo, examinou os supostos depósitos carboníferos do
município de Monte Alegre, na região de Ererè [sic]. Nada foi encontrado. Mais tarde,
isto é, em 1913 e 1914, Gonzaga de Campos fez extensos estudos no Baixo
Amazonas, com o fim de descobrir afloramentos de carvão. Novo insucesso. Apesar
disso, Gonzaga de Campos manteve sempre a ideia de que em outro ponto da
região, possivelmente, seria encontrado carvão de pedra. Encarregou de novos
estudos a Odorico Rodrigues de Albuquerque, professor de geologia da Escola de
Minas de Ouro Preto, o qual realizou sondagens na região do Tapajós, sendo a
primeira em Aveiro, mas sem resultado.
Com a morte, em 1925, de Gonzaga de Campos,
assumiu a direção do Serviço Geológico e Mineralógico, Euzébio Paulo de
Oliveira que, em face do estudo dos perfis conseguidos das sondagens
anteriormente realizadas, desviou o objetivo das pesquisas de carvão na região
amazônica para o petróleo. E a primeira sondagem, feita em Bom Jardim, perto de
Itaituba, revelou indícios de óleo e gás combustível natural. Era o primeiro
fato positivo nas perfurações da Amazônia.
Onze sondagens realizou o Serviço Geológico
e Mineralógico na Amazônia, sendo 8 no vale do Tapajós e 3 em Monte Alegre.
Notícias da época dizem que a iluminação do acampamento de Tapajós, em cujas
perfurações foram encontrados indícios de petróleo, era feita pela combustão de
gás natural que emanava de um dos poços. No entanto, segundo expressão de
Euzébio de Oliveira, foram decepcionantes os resultados obtidos em Monte Alegre”.
(Texto publicado originalmente
na Revista da Petrobrás de fevereiro de 1961. Colaboração para o blog do amigo
Jubal Cabral, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós – IHGTap).
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