sábado, 19 de dezembro de 2015

Artigo: Petróleo na Amazônia



NA FOTO: Poço de perfuração de petróleo em Alter do Chão, nas margens do rio Tapajós, na década de 1950.

Por Borba Tourinho

As primeiras sondagens na Amazônia tinham por fim a descoberta de carvão de pedra, pois nenhum afloramento de petróleo era conhecido naquela região para justificar as perfurações.


Já em 1878, Orville Derby, procurando conhecer os produtos econômicos da bacia amazônica, indagava se o carvão de pedra não era um deles. Muitos anos transcorreram nessa pesquisa infrutífera; mas a ideia da existência de carvão de pedra perdurava.

Em 1901, Francisco de Paula Oliveira, comissionado pelo Governo, examinou os supostos depósitos carboníferos do município de Monte Alegre, na região de Ererè [sic]. Nada foi encontrado. Mais tarde, isto é, em 1913 e 1914, Gonzaga de Campos fez extensos estudos no Baixo Amazonas, com o fim de descobrir afloramentos de carvão. Novo insucesso. Apesar disso, Gonzaga de Campos manteve sempre a ideia de que em outro ponto da região, possivelmente, seria encontrado carvão de pedra. Encarregou de novos estudos a Odorico Rodrigues de Albuquerque, professor de geologia da Escola de Minas de Ouro Preto, o qual realizou sondagens na região do Tapajós, sendo a primeira em Aveiro, mas sem resultado.

Com a morte, em 1925, de Gonzaga de Campos, assumiu a direção do Serviço Geológico e Mineralógico, Euzébio Paulo de Oliveira que, em face do estudo dos perfis conseguidos das sondagens anteriormente realizadas, desviou o objetivo das pesquisas de carvão na região amazônica para o petróleo. E a primeira sondagem, feita em Bom Jardim, perto de Itaituba, revelou indícios de óleo e gás combustível natural. Era o primeiro fato positivo nas perfurações da Amazônia.

Onze sondagens realizou o Serviço Geológico e Mineralógico na Amazônia, sendo 8 no vale do Tapajós e 3 em Monte Alegre. Notícias da época dizem que a iluminação do acampamento de Tapajós, em cujas perfurações foram encontrados indícios de petróleo, era feita pela combustão de gás natural que emanava de um dos poços. No entanto, segundo expressão de Euzébio de Oliveira, foram decepcionantes os resultados obtidos em Monte Alegre”.


(Texto publicado originalmente na Revista da Petrobrás de fevereiro de 1961. Colaboração para o blog do amigo Jubal Cabral, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós – IHGTap).

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