Ata da 2ª Sessão, em 2 de
Agosto de 1855: Presidência do Sr. Santos
“Aberta a sessão às 9h da manhã, achando-se presentes os srs. Rodrigues
dos Santos, P., Gomes Pereira, Argemiro Soares, Alves de Souza, e suplentes
Raimundo Auzier e Mello Garcia; faltando com causa justificada os srs. já
mencionados na ata do 1º corrente: lida a ata da antecedente foi aprovada.
Tratando-se
do expediente o sr. presidente deu a leitura um ofício do Comandante dos
Trabalhadores desta cidade, em resposta ao seu de 24 de julho último,
comunicando não lhe ter sido possível arranjar os trabalhadores por ela
requisitados para a obra da casa da câmara e cadeia, mas que por estes oito
dias, os prontificará; depois de lido foi arquivado.
Deu
a leitura a parte do procurador desta câmara comunicando que as obras
municipais estavam paralisadas, pedindo providencias sobre diferentes precisões
do município; a câmara ficou inteirada.
O
sr. presidente pôs em discursão a indicação que havia ficado adiada; a câmara
resolveu unanimemente, se enviar-se a representação requerida na dita indicação
por intermédio do exmo. sr. presidente da província. O sr. Argemiro Soares,
pedindo a palavra, apresentou datada e assinada a seguinte:
INDICAÇÃO
Lembro
a esta câmara que cumpre um dever de gratidão que oficie aos srs. João Baptista
de Mattos, Luiz Antonio Fernandes , Joaquim Ferreira Bentes, Bento Manoel de
Carvalho Pinheiro, Luiz da Rocha de Souza e Boaventura Portilho Bentes,
louvando e agradecendo-lhes os grandes serviços que prestaram no tempo em que
infelizmente esta cidade sofria o desenvolvimento desabrido da epidemia
reinante, o cólera, os quais se prestaram com caridade e filantropia espantosa,
até mesmo expondo suas saúdes e vidas, com especialidade os três primeiros,
aqueles socorrendo os infelizes acometidos com a sua assistência e remédios
grátis de sua botica, e estes não só eles como também suas famílias se ocupavam
noite e dia a preparar os remédios e repartiam por quantos deles necessitavam,
e como por esta forma estas pessoas muito me coadjuvassem e fossem úteis à
humanidade, espero que esta corporação assim o faça. Esta no mesmo caso o
Revmo. Padre João Antonio Fernandes, que como médico espiritual desempenhou com
admiração as funções do seu ministério, e ao mesmo tempo aplicava os
medicamentos homeopáticos que estavam ao seu alcance, e se faziam uso deles,
salvando por esta forma a muitos enfermos. Santarém, 2 de agosto de 1855.
Bernardino de Sena Argemiro Soares.
Depois
de lida o sr. presidente pôs em discussão. O sr. Alves de Souza pediu a palavra
e disse ser muito justo o que o sr. vereador requeria, mas ele entendia que a
proceder-se dessa maneira achava melhor que a corporação agradecesse geralmente
o ditos serviços a todas aquelas pessoas que se prestaram a socorrer os
infelizes atacados da epidemia, e para isso que bastava fazer público por
edital o seu agradecimento, o que foi aprovado por maioria.
Dada
a hora o sr. presidente fechou a sessão. Para constar lavrei a presente ata que
todos assinarão. E eu, João de Deus de Leão, secretário da câmara municipal,
que escrevi.
Joaquim
Rodrigues dos Santos, P., Raimundo José Auzier, Joaquim Alves de Souza, Antonio
de Mello Garcia, Bernardino de Sena Argemiro Soares, João Gomes Pereira”.
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