terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Atas da Câmara Municipal de Santarém – 2ª sessão da 3ª Reunião – 1855

Ata da 2ª Sessão, em 2 de Agosto de 1855: Presidência do Sr. Santos

Aberta a sessão às 9h da manhã, achando-se presentes os srs. Rodrigues dos Santos, P., Gomes Pereira, Argemiro Soares, Alves de Souza, e suplentes Raimundo Auzier e Mello Garcia; faltando com causa justificada os srs. já mencionados na ata do 1º corrente: lida a ata da antecedente foi aprovada.
Tratando-se do expediente o sr. presidente deu a leitura um ofício do Comandante dos Trabalhadores desta cidade, em resposta ao seu de 24 de julho último, comunicando não lhe ter sido possível arranjar os trabalhadores por ela requisitados para a obra da casa da câmara e cadeia, mas que por estes oito dias, os prontificará; depois de lido foi arquivado.

Deu a leitura a parte do procurador desta câmara comunicando que as obras municipais estavam paralisadas, pedindo providencias sobre diferentes precisões do município; a câmara ficou inteirada.
O sr. presidente pôs em discursão a indicação que havia ficado adiada; a câmara resolveu unanimemente, se enviar-se a representação requerida na dita indicação por intermédio do exmo. sr. presidente da província. O sr. Argemiro Soares, pedindo a palavra, apresentou datada e assinada a seguinte:
INDICAÇÃO
Lembro a esta câmara que cumpre um dever de gratidão que oficie aos srs. João Baptista de Mattos, Luiz Antonio Fernandes , Joaquim Ferreira Bentes, Bento Manoel de Carvalho Pinheiro, Luiz da Rocha de Souza e Boaventura Portilho Bentes, louvando e agradecendo-lhes os grandes serviços que prestaram no tempo em que infelizmente esta cidade sofria o desenvolvimento desabrido da epidemia reinante, o cólera, os quais se prestaram com caridade e filantropia espantosa, até mesmo expondo suas saúdes e vidas, com especialidade os três primeiros, aqueles socorrendo os infelizes acometidos com a sua assistência e remédios grátis de sua botica, e estes não só eles como também suas famílias se ocupavam noite e dia a preparar os remédios e repartiam por quantos deles necessitavam, e como por esta forma estas pessoas muito me coadjuvassem e fossem úteis à humanidade, espero que esta corporação assim o faça. Esta no mesmo caso o Revmo. Padre João Antonio Fernandes, que como médico espiritual desempenhou com admiração as funções do seu ministério, e ao mesmo tempo aplicava os medicamentos homeopáticos que estavam ao seu alcance, e se faziam uso deles, salvando por esta forma a muitos enfermos. Santarém, 2 de agosto de 1855. Bernardino de Sena Argemiro Soares.
Depois de lida o sr. presidente pôs em discussão. O sr. Alves de Souza pediu a palavra e disse ser muito justo o que o sr. vereador requeria, mas ele entendia que a proceder-se dessa maneira achava melhor que a corporação agradecesse geralmente o ditos serviços a todas aquelas pessoas que se prestaram a socorrer os infelizes atacados da epidemia, e para isso que bastava fazer público por edital o seu agradecimento, o que foi aprovado por maioria.
Dada a hora o sr. presidente fechou a sessão. Para constar lavrei a presente ata que todos assinarão. E eu, João de Deus de Leão, secretário da câmara municipal, que escrevi.

Joaquim Rodrigues dos Santos, P., Raimundo José Auzier, Joaquim Alves de Souza, Antonio de Mello Garcia, Bernardino de Sena Argemiro Soares, João Gomes Pereira”.

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