domingo, 4 de março de 2018

Ainda sobre a Comissão Algodoeira em Santarém – 1923


Conforme dissemos em o número anterior, amanheceu domingo (07 de janeiro), em nosso porto, o “Almirante” a cujo bordo viajava o sr. Arno Pearse, chefe da Comissão que percorre o Brasil em estudos das zonas algodoeiras.
Em companhia do industrial inglês vieram o inspetor do Serviço do Algodão, o delegado em Belém e um ajudante do mesmo Serviço.
Os visitantes foram recebidos à Ponte Municipal pelo sr. Dr. Intendente, várias autoridades e comerciantes da praça.
Era desejo do sr. Pearse fazer uma conferência aos lavradores e compradores de algodão, mas, pela absoluta impossibilidade de adiar o seu regresso, deixou de a fazer, realizando apenas, à tarde, uma pequena preleção aos poucos interessados que conseguiu reunir.

O sr. Pearse aconselha aos lavradores a plantação de um único tipo de algodão em cada roçado a fim de não haver mistura das fibras e das sementes, por ocasião do beneficiamento.
Os industriais ingleses tem necessidade de algodão e não há país no mundo que melhor fornecedor possa ser do que o Brasil.
Para que isso, porém, possa ter lugar, é preciso que haja a uniformidade do tipo e absoluta limpeza do produto.
Infelizmente, o algodão brasileiro deixa muito a desejar nesse ponto.
É tempo de trabalhar ativamente no sentido de acreditar o nosso algodão no estrangeiro, e é esse o fim de sua viagem.
Ao visitar a usina descaroçadora dos srs. V. Bastos & Cia., tomou o sr. Pearse alguns apontamentos quanto à exportação e preparo dos fardos.
À Comissão foi oferecido, pelo dr. Intendente Municipal, um almoço íntimo no “Castello”, e no qual tomaram parte vários comerciantes e industriais santarenses.
Às 5 horas da tarde, seguiram os visitantes, no mesmo vapor, para Belém.

NOTA: Publicado no Jornal A Cidade de 13 de janeiro de 1923


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