Conforme
dissemos em o número anterior, amanheceu domingo (07 de janeiro), em nosso
porto, o “Almirante” a cujo bordo viajava o sr. Arno Pearse, chefe da Comissão
que percorre o Brasil em estudos das zonas algodoeiras.
Em companhia do
industrial inglês vieram o inspetor do Serviço do Algodão, o delegado em Belém
e um ajudante do mesmo Serviço.
Os visitantes
foram recebidos à Ponte Municipal pelo sr. Dr. Intendente, várias autoridades e
comerciantes da praça.
Era desejo do
sr. Pearse fazer uma conferência aos lavradores e compradores de algodão, mas,
pela absoluta impossibilidade de adiar o seu regresso, deixou de a fazer,
realizando apenas, à tarde, uma pequena preleção aos poucos interessados que conseguiu
reunir.
O sr. Pearse
aconselha aos lavradores a plantação de um único tipo de algodão em cada roçado
a fim de não haver mistura das fibras e das sementes, por ocasião do
beneficiamento.
Os industriais
ingleses tem necessidade de algodão e não há país no mundo que melhor
fornecedor possa ser do que o Brasil.
Para que isso,
porém, possa ter lugar, é preciso que haja a uniformidade do tipo e absoluta
limpeza do produto.
Infelizmente, o
algodão brasileiro deixa muito a desejar nesse ponto.
É tempo de trabalhar
ativamente no sentido de acreditar o nosso algodão no estrangeiro, e é esse o
fim de sua viagem.
Ao visitar a
usina descaroçadora dos srs. V. Bastos & Cia., tomou o sr. Pearse alguns
apontamentos quanto à exportação e preparo dos fardos.
À Comissão foi
oferecido, pelo dr. Intendente Municipal, um almoço íntimo no “Castello”, e no
qual tomaram parte vários comerciantes e industriais santarenses.
Às 5 horas da
tarde, seguiram os visitantes, no mesmo vapor, para Belém.
NOTA: Publicado
no Jornal A Cidade de 13 de janeiro de 1923
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