Por Clotilde de
Mattos
Eu vivo perto de
ti,
Vivo junto de
ti,
Girando noite e
dia em torno de ti,
Mas, tu não me
conheces.
Os teus olhos
vivem, apaixonadamente, alucinadamente,
Olhando para
mim,
Mirando para
dentro de mim,
Cravados no
fundo dos meus olhos,
Mas, tu não me
vês.
Tu me envolves,
emocionado,
Na inquietação
de todos os teus sentidos,
E me beijas, me
abraças, me apertas
E quase me
estrangulas.
Mas, tu não me
sentes...
Por que? Porque
o ignoto nos separa,
Porque a
distância infinita do infinito
Se estende entre
nós dois...
Tu és o corpo
E eu sou alma.
NOTA: Publicada
em Santarém no dia 31 de agosto de 1935.
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