Há indivíduos
cuja irresponsabilidade moral não permite que andem soltos pela cidade,
mormente nas horas caladas da noite, por serem capazes das maiores estropelias.
Melhor seria que
vivessem presos entre fortes grades, porque assim os bons costumes não seriam
mutilados, as pessoas de bem não sentiriam arrepios ao ter notícias dos fatos
praticados por esses desavergonhados que o recomendam ainda mais ao desprezo e
execração da sociedade.
Vagabundos,
desnorteados da vida andando ao léu, a falta de equilíbrio e ocupação
arrasta-os para a maldade, para a imoralidade e até para a profanação dos
cemitérios.
Quem são eles?
Não os conhecemos. Talvez se assemelhem a essas mulas sem cabeça, que os
macumbeiros invocam ao pé da fogueira, como enviadas das profundezas do inferno
para assombração dos viventes cá da terra.
Alguns desses
irresponsáveis penetraram na noite de segunda-feira (02 de julho), no Cemitério
dos Mártires e arrancaram diversas cruzes das respectivas sepulturas, indo
depositá-las em frente da residência do sr. João Lima, onde se realizara uma
festa dançante. Outras cruzes foram encontradas em lugares diferentes.
Qual o motivo
que levaram esses vândalos profanadores a praticarem tal ação indigna e
condenável, não sabemos.
A verdade é que
esses vadios, na sua infelicidade mental, faltaram com o devido respeito ao
campo de repouso eterno dos mortos, profanando diversas sepulturas e fazendo do
símbolo sagrado da cruz objeto de brincadeira, dando provas de serem indivíduos
dos mais baixos sentimentos.
A polícia
anda-lhes ao encalço.
NOTA: Publicado
no Jornal de Santarém de 07 de julho de 1951.
Nenhum comentário:
Postar um comentário