sábado, 3 de março de 2018

O Circo Teatro Show em Santarém – 1946


Já são sobejamente conhecidos de todos os sucessos e os contínuos aplausos do público que tem alcançado o Circo Teatro Show, desde sua estreia, nesta cidade, a 27 de julho último, data de seu primeiro espetáculo.
Seu elenco é, realmente, merecedor dos melhores encômios. Tão perfeitos se revelam os artistas em suas performances, que não é muito fácil podermos classificar qual o melhor e qual maior número de fãs tem conquistado.
É Leonardo Temperani? É Léa Temperani? A Família Tapia? É Naná Godoy? É Marcondes Barroso que nos irrita os nervos com temeridade de grande e consumado trapezista? É Pindoba, o liliputismo explorado do gênero faceto, ou é Didi, o cômico irresistível, que nos desopila e figa com suas gargalhadas satânicas e desconcertantes?

Tão perfeitos são todos em seus papeis, que não é fácil julgar e decidir qual o melhor.
Naná é admirável, por todos os seus predicados, quer físicos, quer morais, quer artísticos.
Os Temperani são incomparáveis como aramistas.
Aliás, manifestando-se a respeito do sr. Temperani, um jovem advogado do nosso foro, num dos seus desabafos íntimos, confessou-nos que o considera o maior artista em seu gênero, mas que ao leão Nero vota inata e figadal ojeriza.
Ignoramos, entretanto, a razão desta preferência. Pois se o primeiro é ágil no arame, no chicote, no salto mortal, na motocicleta, no globo da morte, o segundo é sem par na agilidade felina, na dentada fatal, no tabefe aniquilador.
Enfim, são preferências de advogado...

NOTA: Publicado no Jornal de Santarém de 03 de agosto de 1946.


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