Por Paulo
Rodrigues dos Santos
Oh! Porque não
fui eu simples bloco de mármore,
Que talhado a
cinzel ingressasse na História,
E na eterna
mudez de veneranda estátua,
Evocasse,
silente, alma sonho de glória
de um artista de fama!
Então, ao
vendaval da transitória vida,
Passara
indiferente e calma a senda inglória,
rumo da Eternidade,
Não tendo a me
queimar a pálpebra marmória,
a lágrima dorida,
Nem tendo a
cruciar-me o seio esta Saudade,
nem a Dor que devora
a triste Humanidade
feita de luz e lama:
Porque a pedra
não vive e não pensa e não chora,
Porque a pedra
não sonha e não sofre e não ama!
NOTA: Poesia
escrita em 1928, com o pseudônimo de “Saulo Tapajônio”, considerada pelo dr.
Alarico Barata como uma das mais belas joias da literatura do mundo, aqui
reproduzida do Jornal de Santarém de 15 de janeiro de 1972.
Nenhum comentário:
Postar um comentário