Maria de
Lourdes Almeida
Se é que saudade existe nesta vida
E que meu peito já também sentiu,
Se é que a saudade é dura e dolorida,
A pungir, como nunca já se viu;
Se é que saudade é lágrima a cair
Se é que é deixar no peito o que dizer
Não pode, eu já também estou a sentir,
E o senti-la, é o meu único sofrer.
Sinto saudades sim, da casa amada,
Do colégio em que alegre se vivia,
Das colegas, – saudade ilimitada,
Que fere, que maltrata e que crucia!
De minhas mestras, oh! Quanta saudade!
E por senti-la, muito eu ei chorado;
Recordo tudo e tudo é bem verdade,
Foi um viver feliz e sossegado.
Elas bem sabem quão me são queridas
E quão guardadas em meu peito estão:
Oferto às mestras mui estremecidas,
O meu sentir, – saudade e gratidão.
NOTA: A
autora foi aluna do curso normalista rural do Colégio Santa Clara. A poesia é
um agradecimento e foi dedicada às suas mestras do referido curso, escrita no
dia 25 de dezembro de 1937 e publicada no jornal O Mariano, Nº 33.
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